domingo, 22 de abril de 2012

Poema



SOZINHO


Por muito tempo achei que ausência é falta

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

Ausência é um estar em mim.

E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços

que rio e danço e invento exclamações alegres.

porque a ausência, esta ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.



                                                   Carlos Drummond de Andrade

Fonte:  Blog Vida

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